12 julho, 2010

Dúvidas...


O ser humano sempre teve como característica o facto de se questionar e, por isso mesmo, interrogarmo-nos acerca daquilo que nos rodeia é tão inevitável quanto natural. Tudo é motivo de questão, quer seja o ambiente em que nos inserimos, os nossos actos, pensamentos ou idealizações. Não existem razões concretas, a possibilidade de diferentes escolhas e caminhos é aquilo que nos leva a um exercício de interrogação. Perguntamo-nos e conversamos diariamente com o nosso interior, com a nossa consciência, ainda que o propósito nos possa ser exterior. De facto, aquilo que nos intriga pode tanto ser algo importante, banal, próprio e/ou universal. Não importa. O que realmente conta é uma decisão, e sim, é isso que nos move e determina o decorrer da nossa vida. O caminho que seguimos é traçado autónomamente, ainda que existam influências e impulsos. Na verdade, todos eles são fruto daquilo que julgamos melhor, ainda que momentâneamente.

O descontentamento surge, as opções invadem-nos, e as diferentes consequências que os caminhos ditam levam-nos a recorrer aos nossos valores, à nossa moral e à nossa própria personalidade. O que decidimos demonstra sempre uma parte de nós, pois as escolhas, sejam elas quais forem, têm sempre um lado subjectivo. Existem escolhas fáceis, outras mais complicadas, e também existem grandes dilemas, que por vezes nos tiram o sono e persistem eloquentemente no nosso pensamento, dia após dia, travando uma batalha difícil de terminar. No entanto, seja qual for a gravidade do que nos corrompe, o que é certo é que as coisas se modificam, pois somos incapazes de nos conformar, quietos e impávidos, perante um problema - o ser humano busca sempre o aperfeiçoamento.

Acontece que, muitas vezes, e após nos movermos perante determinada dúvida, julgamos que poderíamos ter feito tudo de forma diferente. De facto, poderíamos, mas no momento em que se agiu foi essa a posição por nós tomada. Portanto, de nada nos vale arrependimentos. Temos que saber encarar as nossas acções, lidar com elas, e, mesmo que mais tarde se revelem erradas, o que importa é o que fazemos para redimir os nossos actos. Voltar atrás é-nos totalmente impossível, pois a vida não pára, e balança numa constante correria, que não descansa, nem por um segundo.

Interrogarmo-nos tem uma natureza tão inocente quanto essencial. Inocente, pois ocorre de forma inevitável, é quase que um comportamento irracional, que, no entanto, dispende de bastante racionalidade. Essencial, por outro lado, pois é graças a dúvidas que surge a investigação, a procura, e claro, o mais importante de tudo: o conhecimento.

Saber e querer aprender, buscar informação, debater, reflectir... Todos eles são exercícios indispensáveis ao ser-humano, pois são eles que nos caracterizam, são eles que nos distinguem. Somos capazes de armazenar pormenores, cheiros, imagens, ambientes, mas isso é banal. O que nos torna superiores é o facto de os analisarmos, é o facto de pensarmos e podermos desenvolver e aprofundar os nossos pensamentos. Graças a reflexões construímos não só aquilo que somos - tornamo-nos indivíduos - mas também nos tornamos aptos para interagir com o mundo, com os outros, e de nos afirmarmos e formarmos pontos de vista, ideias, que quando partilhadas poderão provocar impacto, mudanças, melhorias - ser cidadão.

Não vamos ignorar aquilo que nos incomoda e inquieta. Não vamos negar as nossas dúvidas e preocupações, as nossas angustias e aspirações. Vamos pensar. Vamos desejar. Vamos aprender. Só assim conseguiremos evoluir e conquistar alguma importância, de consciência tranquila.

10 junho, 2010

Escrever é mágico!


Escreve. Escreve porque o ambicionas. Escreve porque gostas de o fazer. Escreve porque te orgulha fazê-lo. Escreve porque simplesmente te apetece... Exprime-te, sem receios, sem rancores. Escreve porque faz-nos bem libertar anseios e esperanças. Escreve para mais tarde recordar. Fala sobre aquilo que quiseres. Não penses em opiniões alheias. Envolve-te na magia dos teus pensamentos e transporta-a para uma folha de papel.

Podes fazê-lo só para ti. Podes partilhar as tuas palavras com outras pessoas. Com o mundo inteiro. Cabe-te a ti decidir! Escolhe um tema, algo que te interesse ou que queiras abordar. Desabafa. Dá a tua opinião. Reflecte. Ou se preferires, relata apenas.

Descreve os espaços que incluis nos teus textos, os cheiros, as cores. Sê subjectivo se abordares os teus sentimentos. Não tenhas vergonha. Fala das tuas experiências, das tuas angústias. Revive as tuas alegrias. Caracteriza-as da forma mais completa que conseguires. Esquece os tábus e recorre ao que a tua alma quer redigir.

Escrever não são meras palavras, são palavras com significado. Escreve sobre algo importante. Sente a pronúncia de cada palavra e conjuga-as. Joga com as palavras. Usa a imaginação. Inspira-te e usa a tua originalidade, a tua criatividade. Mesmo que não tenha sentido para mais ninguém, o que importa é tê-lo para ti. Escreve algo concordante. Atira frases para o ar. Não importa o que dizes, mas sim que precisas de dizê-lo. Se tens vontade disso, não te retraias. Solta-te enquanto escreves (independentemente daquilo que queiras abordar).

Um dia mais tarde, re-lê as tuas frases. Certamente irão trazer-te à memória episódios que ultrapassaste, vivências que surgiram. Cada palavra irá recordar-te de determinado momento, lugar, fase... de determinada pessoa. Não tenhas medo da nostalgia. Nem negues as saudades que possas sentir. Não és mais fraco ao admitires que as tens. E não é por sentires saudades que vais querer voltar atrás. É apenas uma forma de manifestares um passado que valeu a pena. Quem recorda vive, e vive feliz pois sabe que tudo o que viveu teve a sua relevância. Bons momentos provocam felicidade. Momentos menos bons aprendizagem, lições de vida.

Tudo o que nos acontece completa-nos. É graças ao que ultrapassamos diariamente que nos transformamos nas pessoas que somos actualmente. Tudo nos influencia, tudo nos constrói. Somos feitos daquilo que nos envolve.

Não vejas a redacção de um texto como algo chato e sem interesse. Escrever engloba vários componentes. Existe uma vertente pessoal e subjectiva na maioria daquilo que escrevemos. É algo que devemos conservar. Mais, é algo que devemos defender e prezar. A liberdade de expressão nem sempre nos foi garantida. No entanto, hoje podemos gozar dela. Então, porque não aproveitar?

Escreve algo que provém de ti mesmo. Ninguém é mais do que ninguém. Todos temos ideias, objectivos, ambições. Todos temos sonhos e desejos. Todos amamos. Todos sofremos e choramos. E em todos nós existe um pequeno escritor. Cabe-te a ti expandires aquele que vive no teu interior!...

01 junho, 2010

Sonhos...


Independentemente da forma como encaramos os sonhos, todos necessitamos de idealizar algo. Precisamos de possuir um ideal, um desejo, uma ambição. No fundo, algo que nos incentive e que nos leve a perseguir um objectivo. Não importa o conteúdo nem a sua possibilidade, enquanto sonho. O que é realmente importante é a fantasia, o prazer e a felicidade que a imaginação nos pode proporcionar. Visualizar a concretização desse mesmo sonho e lutar por ele traz-nos não só satisfação, mas também o desenvolvimento da nossa força de vontade. A imposição de metas é fundamental para que nos sintamos estimulados. E por mais realista que se seja, todos nós sonhamos, ainda que a frequência com que o fáçamos possa ser diferente. Porém, nem todos os sonhos são possíveis de realizar...

É na fronteira sonho-realidade que o conteúdo daquilo que se sonha começa a ganhar outra relevância. O que é exterior ao nosso pensamento e às nossas ideias deixa de depender apenas de nós próprios quando existem outras vontades, das quais os sonhos dependem, cujas mesmas podem ser opostas às nossas. Existem circunstâncias que problematizam as nossas ambições e com as quais podemos aprender a lidar, transformando-as (ou não!) Depende muito de cada situação e de todos os factores abrangidos, assim como a grandeza que o sonho tem. Muitos dos sonhos são fantásticos, impossíveis de colocar em prática no dia-a-dia. Um dos mais comuns, e talvez dos mais adequados exemplos que se podem referir nesta situação, é a paz no Mundo. Por mais que se deseje, essa paz será sempre uma utopia (e não estou a ter uma visão negativa, mas sim sensata!) No entanto, e ainda sabendo que o seu alcance é apenas uma miragem, devemos lutar por ela, se for algo que nos suscite preocupação. Se não existirem pequenos gestos em pró desse mesmo ideal, a paz cada vez mais fugirá do nosso alcance, existindo maior número de conflitos e de exclusões sociais. Devemos perseguir aquilo em que acreditamos, aquilo que o nosso interior nos indica, mesmo que não consigamos uma completa realização. Pelo menos realizamo-nos a nós, pois estamos a agir em conformidade com o que achamos correcto e por mais acções contraditórias que existam, cada atitude tem a sua importância. Mudar o mundo é uma tarefa incapaz de ser bem sucedida à vista de um conjunto de seres-humanos: nunca existirão pensamentos 100% iguais em determinado ponto de vista. Porém, jamais deveremos cruzar os braços... Se não concordamos com guerras, exclusão social, racismo, devemos opor-nos (ainda que existam pessoas a favor!) É a inevitável questão de que ninguém é igual a ninguém, ainda que todos sejamos humanos: "todos diferentes, todos iguais". Quando os sonhos são universais são meras utopias, mas utopias que, contudo, não devemos ignorar!

Por outro lado, existem sonhos de uma grandeza menor, mais fáceis de alcançar, que abrangem um menor grupo de envolvência na sua concretização. No entanto, se os sonhos dependerem de outras pessoas continuam a ser uma incógnita: só a vontade do outro poderá determinar a realização de determinado sonho. Se as evidências coinciderem, basta batalhar para concretizar aquilo com que se fantasia. Se, por outro lado, não coinciderem, será muito mais difícil alcançar aquilo que queremos. A verdade é nua e crua: devemos ter presente a ideia de que os sonhos que construímos só são garantidamente possíveis de concretizar quando dependem exclusivamente de nós. O futuro é o exemplo crucial daquilo que nós decidimos, das escolhas que tomamos, do caminho que seguimos. Se o nosso objectivo é um bom emprego devemos ter habilitações que nos facilitem a obtenção daquilo que desejamos: está nas nossas mãos. Se queremos uma vida organizada devemos planificar e estipular horários para concretizar tarefas: tudo depende do nosso esforço. Nosso, volto a afirmar. Ninguém decide o nosso percurso intelectual se não nós próprios. Cada um, de forma autónoma, traça a sua rota e segue o seu destino. E todo ele parte dos sonhos iniciais que todos nós temos, e que jamais poderemos renunciar.

É importante sonhar, seja de que forma for. Independemente da grandeza dos sonhos, da sua realização futura, o ser-humano precisa de buscar algo que o fundamente e que o complete. Só os sonhos nos podem trazer essa motivação. Porém, que ninguém se iluda. Para conseguirmos ser Homens equilibrados há que ter a cabeça no céu e os pés na Terra!

16 maio, 2010

Eu não sei...


Eu não sei se gosto de ti. Não sei se apenas tenho saudades tuas ou se existe algo mais forte, algo que justifique o aperto que por vezes sinto, quando penso em ti. Confesso, embora não seja surpresa, que faz já algum tempo que o tento descobrir. Dou voltas à minha cabeça, páro e reflicto exaustivamente, mas nunca chego a um consenso. Pairo, num olhar distante, e vêm-me à memória recordações passadas. Sinto-me bem ao relembrar as conversas que já surgiram entre nós. Conversas tão boas e puras, plenas de partilhas diárias e duma confiança acrescida, tão natural entre nós.


Confio em ti. Sempre confiei. Qualquer que seja o tema a discutir, sei que contigo posso fazê-lo, recorrendo a um misto de argumentos variados, sem restrições, sem receios. Talvez essa seja a qualidade que mais aprecio em ti. O facto de saber que tens ideias, que tens pontos de vista que gostas de expor e confrontar. Não é fácil encontrar alguém com um carisma tão idêntico aos meus ideais, aos meus propósitos. Talvez sejas a peça que sempre procurei para me sentir completa. Uma peça a proteger impreterivelmente, tais são as qualidades que transportas.

Sabes tudo de mim. Talvez mais do que alguém com quem convivo diariamente. No entanto, magoa-me saber que não estás a meu lado. A distância que nos envolve e que sempre nos privou de momentos mais intensos, com os quais tanto sonho, quebra minuciosamente o meu coração, que cada vez mais vai sufocando. Quem me dera poder abraçar-te todos os dias. Sorrir enquanto te olhava nos olhos e sentir, perante esse mesmo olhar, que me compreendias de forma plena. Não é que eu não tenha certezas, mas sinto a falta de pequenos gestos, gestos que, embora mínimos, nos reconfortam grandiosamente quando provêm de pessoas especiais. Como foram duas pessoas tão indiferentes e banais formar uma relação tão essencial, tão consistente?

Não existem respostas concretas acerca daquilo que significas para mim. No entanto, consola-me saber que tens importância, muita até. Tanta, que por um lado sinto algum receio perante desejos futuros, provenientes da minha parte. Já insistimos em algo que não revelou resultados, uma fase de tentativas onde não conseguimos evitar um desfecho negativo. Porém, comparada a todos os sorrisos que em mim despertaste, nenhum desses momentos me faz desistir de ti. Aliás, perante tudo o que já me deste não é fácil arranjar argumentos que me façam voltar costas aquilo que o teu nome associa e me faz recordar. Provocas-me, enalteces-me, e faz-me tão bem ser invandida por tamanhas sensações! Resta-me compreender se quero avançar novamente, se valerá a pena voltar a mergulhar na busca de uma relação saudável e duradoura. Será que hoje em dia é tarde demais? Será que não merecemos uma segunda oportunidade? Agora que crescemos intelectualmente, agora que a vida nos ofereceu alterações e novas prespectivas, será que não devemos apostar numa nova tentativa? Faz tanto tempo que ninguém me marcava desta forma, uma forma única, tão própria de ti. Como te adoro...

13 maio, 2010

Novas fases...


Quantas vezes ouvimos que a vida dá muitas voltas? Quantas vezes experimentamos rodagens de 180º provenientes do ambiente que nos rodeia? Não é novidade, não é segredo, é apenas uma situação com a qual, por vezes, nos deparamos. Não devemos temer as mudanças, elas fazem parte do percurso da nossa vida. Devemos encará-las como um convite sugestivo a uma nova aprendizagem, a uma nova etapa da qual, certamente, iremos retirar algo de bom. Nada acontece por acaso, tudo tem um propósito, uma razão de ser, mesmo que desconhecida. Então porquê recusar as oportunidades com que nos cruzamos?

É certo que alterar uma rotina ou um hábito se pode revelar, à primeira vista, como algo assustador e difícil de alcançar. No entanto, julgo que essas impressões são meramente iniciais... Basta ter força de vontade e acreditar que se batalha por algo melhor, que a conquista irá ser recompensadora. Facilmente nos enchemos de positivismo e a anterior visão é substituída por outra, com mais brio e cor.

Vejamos de um modo mais profundo a nossa relação com o exterior: se analisarmos o percurso que já caminhámos, com um olhar atento e observador, verificamos que já ultrapassámos fases diferentes, com diferentes pensamentos e opiniões. Partilhámos o nosso dia-a-dia com diferentes pessoas, cada qual com a sua prespectiva e personalidade. Já frequentámos diferentes locais, já tivemos vários desejos, que evoluiram, dando lugar a outros... Já tivemos momentos de tristeza, que mais tarde se revelaram plenos de euforia. Já chorámos e sorrimos, já exprimentámos diferentes sensações, diferentes formas de ver o mundo. Daí chegar a uma conclusão: é mais do que certo e inevitável que todo o conjunto de factores que nos completam e dão sentido ao nosso ego acaba por se alterar.

Na verdade, tudo o que as nossas vivências englobam sofre uma complexa transformação. É graças a essa transformação que adquirimos experiência e que aprendemos novos conceitos. Mais tarde, vamos utilizar e aplicar esses conceitos nas nossas acções, sempre numa imperceptível busca de saber mais. O homem tem uma sede infidável de conhecimento e de auto-aperfeiçoamento. Uma sede forte e inegável, que ninguém consegue evitar.

Se queremos ser melhores, temos que ultrapassar obstáculos, pois as conquistas exigem esforço, empenho e dedicação. Que ninguém desista dos seus ideais por alguma situação menos encorajadora. Que ninguém vire costas à felicidade por alguém que, na sua mais cruel inveja, aparente ser-nos superior. Que ninguém perca a vontade de orgulhar a sua razão de viver. Algo que devia ser imposto fulcralmente. Mais do que uma obrigatoriedade a não quebrar, uma exigência fundamental para o bem-estar de cada um de nós.

Apelo à coragem e à força interior que cada um de nós tem, e que muitas vezes não encontra graças ao pessimismo. Todos somos capazes de superar contra-tempos. Aliás, já o fizemos várias vezes, visto que somos postos à prova constantemente. E embora em algumas situações não seja tão fácil como em outras, há que manter sempre a dignidade e cumprir cada etapa com mérito. Persistência é a palavra-chave do sucesso. Pelo menos é o que se ouve dizer... E desta vez concordo com o que se diz!

Vamos acreditar. Vamos encarar as fases menos boas como o início duma fase cheia de prosperidade. Acima de tudo, ter atitude e ter presente a ideia de que nenhum dia é igual ao anterior. Se batalharmos em pro das nossas ambições, de forma insaciável, um dia tomaremos o sabor da vitória. Então, para quê perder tempo?! De nada nos vale um olhar triste, e já devíamos saber que mundo não pára devido às lágrimas que os nossos olhos derramam. A solução é susbtituí-las por uma aura cheia de positivismo e largar o passado, abrindo horizontes perante o futuro e seguir em frente. Só tu o podes fazer... Está nas tuas mãos, nas mãos de cada um de nós. Força!