10 junho, 2010

Escrever é mágico!


Escreve. Escreve porque o ambicionas. Escreve porque gostas de o fazer. Escreve porque te orgulha fazê-lo. Escreve porque simplesmente te apetece... Exprime-te, sem receios, sem rancores. Escreve porque faz-nos bem libertar anseios e esperanças. Escreve para mais tarde recordar. Fala sobre aquilo que quiseres. Não penses em opiniões alheias. Envolve-te na magia dos teus pensamentos e transporta-a para uma folha de papel.

Podes fazê-lo só para ti. Podes partilhar as tuas palavras com outras pessoas. Com o mundo inteiro. Cabe-te a ti decidir! Escolhe um tema, algo que te interesse ou que queiras abordar. Desabafa. Dá a tua opinião. Reflecte. Ou se preferires, relata apenas.

Descreve os espaços que incluis nos teus textos, os cheiros, as cores. Sê subjectivo se abordares os teus sentimentos. Não tenhas vergonha. Fala das tuas experiências, das tuas angústias. Revive as tuas alegrias. Caracteriza-as da forma mais completa que conseguires. Esquece os tábus e recorre ao que a tua alma quer redigir.

Escrever não são meras palavras, são palavras com significado. Escreve sobre algo importante. Sente a pronúncia de cada palavra e conjuga-as. Joga com as palavras. Usa a imaginação. Inspira-te e usa a tua originalidade, a tua criatividade. Mesmo que não tenha sentido para mais ninguém, o que importa é tê-lo para ti. Escreve algo concordante. Atira frases para o ar. Não importa o que dizes, mas sim que precisas de dizê-lo. Se tens vontade disso, não te retraias. Solta-te enquanto escreves (independentemente daquilo que queiras abordar).

Um dia mais tarde, re-lê as tuas frases. Certamente irão trazer-te à memória episódios que ultrapassaste, vivências que surgiram. Cada palavra irá recordar-te de determinado momento, lugar, fase... de determinada pessoa. Não tenhas medo da nostalgia. Nem negues as saudades que possas sentir. Não és mais fraco ao admitires que as tens. E não é por sentires saudades que vais querer voltar atrás. É apenas uma forma de manifestares um passado que valeu a pena. Quem recorda vive, e vive feliz pois sabe que tudo o que viveu teve a sua relevância. Bons momentos provocam felicidade. Momentos menos bons aprendizagem, lições de vida.

Tudo o que nos acontece completa-nos. É graças ao que ultrapassamos diariamente que nos transformamos nas pessoas que somos actualmente. Tudo nos influencia, tudo nos constrói. Somos feitos daquilo que nos envolve.

Não vejas a redacção de um texto como algo chato e sem interesse. Escrever engloba vários componentes. Existe uma vertente pessoal e subjectiva na maioria daquilo que escrevemos. É algo que devemos conservar. Mais, é algo que devemos defender e prezar. A liberdade de expressão nem sempre nos foi garantida. No entanto, hoje podemos gozar dela. Então, porque não aproveitar?

Escreve algo que provém de ti mesmo. Ninguém é mais do que ninguém. Todos temos ideias, objectivos, ambições. Todos temos sonhos e desejos. Todos amamos. Todos sofremos e choramos. E em todos nós existe um pequeno escritor. Cabe-te a ti expandires aquele que vive no teu interior!...

01 junho, 2010

Sonhos...


Independentemente da forma como encaramos os sonhos, todos necessitamos de idealizar algo. Precisamos de possuir um ideal, um desejo, uma ambição. No fundo, algo que nos incentive e que nos leve a perseguir um objectivo. Não importa o conteúdo nem a sua possibilidade, enquanto sonho. O que é realmente importante é a fantasia, o prazer e a felicidade que a imaginação nos pode proporcionar. Visualizar a concretização desse mesmo sonho e lutar por ele traz-nos não só satisfação, mas também o desenvolvimento da nossa força de vontade. A imposição de metas é fundamental para que nos sintamos estimulados. E por mais realista que se seja, todos nós sonhamos, ainda que a frequência com que o fáçamos possa ser diferente. Porém, nem todos os sonhos são possíveis de realizar...

É na fronteira sonho-realidade que o conteúdo daquilo que se sonha começa a ganhar outra relevância. O que é exterior ao nosso pensamento e às nossas ideias deixa de depender apenas de nós próprios quando existem outras vontades, das quais os sonhos dependem, cujas mesmas podem ser opostas às nossas. Existem circunstâncias que problematizam as nossas ambições e com as quais podemos aprender a lidar, transformando-as (ou não!) Depende muito de cada situação e de todos os factores abrangidos, assim como a grandeza que o sonho tem. Muitos dos sonhos são fantásticos, impossíveis de colocar em prática no dia-a-dia. Um dos mais comuns, e talvez dos mais adequados exemplos que se podem referir nesta situação, é a paz no Mundo. Por mais que se deseje, essa paz será sempre uma utopia (e não estou a ter uma visão negativa, mas sim sensata!) No entanto, e ainda sabendo que o seu alcance é apenas uma miragem, devemos lutar por ela, se for algo que nos suscite preocupação. Se não existirem pequenos gestos em pró desse mesmo ideal, a paz cada vez mais fugirá do nosso alcance, existindo maior número de conflitos e de exclusões sociais. Devemos perseguir aquilo em que acreditamos, aquilo que o nosso interior nos indica, mesmo que não consigamos uma completa realização. Pelo menos realizamo-nos a nós, pois estamos a agir em conformidade com o que achamos correcto e por mais acções contraditórias que existam, cada atitude tem a sua importância. Mudar o mundo é uma tarefa incapaz de ser bem sucedida à vista de um conjunto de seres-humanos: nunca existirão pensamentos 100% iguais em determinado ponto de vista. Porém, jamais deveremos cruzar os braços... Se não concordamos com guerras, exclusão social, racismo, devemos opor-nos (ainda que existam pessoas a favor!) É a inevitável questão de que ninguém é igual a ninguém, ainda que todos sejamos humanos: "todos diferentes, todos iguais". Quando os sonhos são universais são meras utopias, mas utopias que, contudo, não devemos ignorar!

Por outro lado, existem sonhos de uma grandeza menor, mais fáceis de alcançar, que abrangem um menor grupo de envolvência na sua concretização. No entanto, se os sonhos dependerem de outras pessoas continuam a ser uma incógnita: só a vontade do outro poderá determinar a realização de determinado sonho. Se as evidências coinciderem, basta batalhar para concretizar aquilo com que se fantasia. Se, por outro lado, não coinciderem, será muito mais difícil alcançar aquilo que queremos. A verdade é nua e crua: devemos ter presente a ideia de que os sonhos que construímos só são garantidamente possíveis de concretizar quando dependem exclusivamente de nós. O futuro é o exemplo crucial daquilo que nós decidimos, das escolhas que tomamos, do caminho que seguimos. Se o nosso objectivo é um bom emprego devemos ter habilitações que nos facilitem a obtenção daquilo que desejamos: está nas nossas mãos. Se queremos uma vida organizada devemos planificar e estipular horários para concretizar tarefas: tudo depende do nosso esforço. Nosso, volto a afirmar. Ninguém decide o nosso percurso intelectual se não nós próprios. Cada um, de forma autónoma, traça a sua rota e segue o seu destino. E todo ele parte dos sonhos iniciais que todos nós temos, e que jamais poderemos renunciar.

É importante sonhar, seja de que forma for. Independemente da grandeza dos sonhos, da sua realização futura, o ser-humano precisa de buscar algo que o fundamente e que o complete. Só os sonhos nos podem trazer essa motivação. Porém, que ninguém se iluda. Para conseguirmos ser Homens equilibrados há que ter a cabeça no céu e os pés na Terra!