Eu não sei se gosto de ti. Não sei se apenas tenho saudades tuas ou se existe algo mais forte, algo que justifique o aperto que por vezes sinto, quando penso em ti. Confesso, embora não seja surpresa, que faz já algum tempo que o tento descobrir. Dou voltas à minha cabeça, páro e reflicto exaustivamente, mas nunca chego a um consenso. Pairo, num olhar distante, e vêm-me à memória recordações passadas. Sinto-me bem ao relembrar as conversas que já surgiram entre nós. Conversas tão boas e puras, plenas de partilhas diárias e duma confiança acrescida, tão natural entre nós.
Confio em ti. Sempre confiei. Qualquer que seja o tema a discutir, sei que contigo posso fazê-lo, recorrendo a um misto de argumentos variados, sem restrições, sem receios. Talvez essa seja a qualidade que mais aprecio em ti. O facto de saber que tens ideias, que tens pontos de vista que gostas de expor e confrontar. Não é fácil encontrar alguém com um carisma tão idêntico aos meus ideais, aos meus propósitos. Talvez sejas a peça que sempre procurei para me sentir completa. Uma peça a proteger impreterivelmente, tais são as qualidades que transportas.
Sabes tudo de mim. Talvez mais do que alguém com quem convivo diariamente. No entanto, magoa-me saber que não estás a meu lado. A distância que nos envolve e que sempre nos privou de momentos mais intensos, com os quais tanto sonho, quebra minuciosamente o meu coração, que cada vez mais vai sufocando. Quem me dera poder abraçar-te todos os dias. Sorrir enquanto te olhava nos olhos e sentir, perante esse mesmo olhar, que me compreendias de forma plena. Não é que eu não tenha certezas, mas sinto a falta de pequenos gestos, gestos que, embora mínimos, nos reconfortam grandiosamente quando provêm de pessoas especiais. Como foram duas pessoas tão indiferentes e banais formar uma relação tão essencial, tão consistente?
Não existem respostas concretas acerca daquilo que significas para mim. No entanto, consola-me saber que tens importância, muita até. Tanta, que por um lado sinto algum receio perante desejos futuros, provenientes da minha parte. Já insistimos em algo que não revelou resultados, uma fase de tentativas onde não conseguimos evitar um desfecho negativo. Porém, comparada a todos os sorrisos que em mim despertaste, nenhum desses momentos me faz desistir de ti. Aliás, perante tudo o que já me deste não é fácil arranjar argumentos que me façam voltar costas aquilo que o teu nome associa e me faz recordar. Provocas-me, enalteces-me, e faz-me tão bem ser invandida por tamanhas sensações! Resta-me compreender se quero avançar novamente, se valerá a pena voltar a mergulhar na busca de uma relação saudável e duradoura. Será que hoje em dia é tarde demais? Será que não merecemos uma segunda oportunidade? Agora que crescemos intelectualmente, agora que a vida nos ofereceu alterações e novas prespectivas, será que não devemos apostar numa nova tentativa? Faz tanto tempo que ninguém me marcava desta forma, uma forma única, tão própria de ti. Como te adoro...
1 comentário:
gostei bastante :)
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